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A morte como brinde à vida

mao arvore

Em todos os campos de nossa vida, atuamos em função da motivação. Trabalhamos mais e melhor sempre que recebemos uma injeção de ânimo, seja um aumento de salário, um novo curso profissionalizante, um novo livro de gestão de carreiras, um reconhecimento do patrão.

No amor, e especialmente com o passar do tempo de um relacionamento, também precisamos de novos elogios, novos olhares, resgates de carinho, que nos impulsionam para novos momentos de paixão. É o que chamamos de combustível da vida a dois.

Mas, paradoxalmente, nada nos impulsiona mais a viver do que a presença da morte, seja ela anunciada pelo prenuncio de uma doença conosco ou de um ente querido, ou mesmo inesperada, por uma fatalidade com alguém próximo, um conhecido.

A morte repentina de José Wilker no ultimo sábado retrata bem este sentimento. Em algumas conversas pessoais e nas redes sociais, em meio às manifestações de pesar pela partida abrupta do ator, várias pessoas trouxeram à tona a necessidade de se aproveitar mais a vida, da importância de valorizar o que é preciso, de focar na felicidade enquanto há tempo, porque o amanhã… ah, o amanhã… quem sabe?

É fato, a nossa existência é breve, efêmera, frágil. Mas será que somente nos deparando com a morte podemos valorizar a vida? Será apenas esta a mola propulsora, por sinal bem dolorosa, capaz de nos despertar? E quantas mortes seriam necessárias para nos manter em constante motivação?

Acredito que esta questão poderia ser resolvida com uma “pílula diária de reflexão”, ingerida todos os dias, pela manhã, ao abrir dos olhos, ainda em jejum. Cada qual deveria ingerir pelo menos 15 minutos antes de iniciar suas atividades. Tempo este suficiente para agradecer o acordar, para olhar no horizonte e com ele vislumbrar todos os acontecimentos e pessoas possíveis e que valem a pena investir naquele dia. Utópico? Não, totalmente viável como em toda mudança de hábito que buscamos para ter melhor qualidade de vida, em que se faz necessário, simplesmente, se dedicar. Neste caso, para literalmente… viver.

 

Feliz de quem vive a sua essência

a menina q roubava livros 2

Há pouco tempo fiz uma breve enquete pelas redes sociais, pedindo para que as pessoas se definissem por apenas um verbo. A pergunta era para um breve laboratório com a finalidade de captar o quanto este verbo realmente refletia a essência de cada um, ainda que eu não conhecesse várias destas pessoas pessoalmente, mas acompanhasse suas atividades pessoais e profissionais na própria rede.  E não foi com surpresa que identifiquei na quase totalidade dos verbos o “conjunto da obra” de cada uma.

A pergunta que agora jogo para todos aqueles que responderam e os que agora estão diante deste texto é o quanto cada um conduz a sua vida, de forma objetiva e resolutiva, com base em sua essência?

Respeitar e direcionar nossas atividades cotidianas e, especialmente, as grandes metas da nossa jornada pela nossa natureza mais pura, certamente nos conduzem para uma vida mais feliz. 

Ilustro aqui a importância da essência com a personagem de um livro que se transformou em filme, A menina que roubava livros – de Markus Zusak. Liesel, uma garotinha, filha de mãe comunista perseguida durante a Segunda Guerra Mundial, passa por inúmeras e trágicas perdas em sua mais tenra idade. Vive o medo e o desamparo, mas se mantém resiliente, desabrocha, sobrevive e finalmente prospera como ser humano através da descoberta da leitura e, posteriormente, da escrita.

É nos livros que Liesel descobre o mundo e se descobre e são eles a sua grande forma de expressão e sobrevivência em meio a tantas amarguras. Eles a transformam e ela então conduz harmonia e vida aos que estão ao seu redor.

A mensagem final que fica em meio a um cenário injusto e desolador da Guerra que tanto sabemos pela vida real e pelas várias obras que a retratam é que a personagem é salva dos infortúnios e vive intensamente graças a sua essência, que se torna maior que ela.

Uma lição clara de que não devemos sucumbir às desilusões e sim nos agarrar ao que nos move para termos uma existência plena.

A minha razão de ser é a comunicação, base da vida de todos nós, mas que em mim aflora como o ar que respiro e por isso uma das passagens deste mesmo filme que mais me marcou é a que diz que  “palavras são vida”. Isso me resume e conduz  meus relacionamentos pessoais e profissionais. E você, o quanto tem sido conduzido ou conduz pela sua essência?

Para quem não viu o filme, aqui vai o link do trailer – http://www.ameninaqueroubavalivros.com.br/video-1.html