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O que aprendi como mãe

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Dizem que quando nasce uma criança, nasce junto uma mãe. Um ser especial, repleto de amor incondicional e cuidados infinitos, cujo papel passa a ser a realização de seu filho. De fato, nasce com o filho uma nova mulher, grande parte das vezes insegura e cheia de incertezas, precisando de acolhimento tanto quanto o seu bebê.

Cobrada por si mesmo e pelos papeis que a sociedade impõe, é comum a mulher se colocar no papel de super heroína, que precisa ser cumprido com total abnegação para que seja perfeito.

O que aprendi como mãe é que apesar do amor sem fim, da dedicação constante em todas as fases da vida de meus filhos, o que preciso para ser melhor para eles é me mostrar de carne e osso e agir apenas com verdade.

Aprendi sendo mãe que estar realizada em todas as áreas de minha vida transcende aos olhos e corações de meus filhos, que mesmo sem entender, conseguem sentir que o ser que os ama tem muito mais a oferecer quando está inteira como mulher, como pessoa, como profissional, como dona de casa… e que isso os faz mais feliz.

Aprendi que mesmo procurando protegê-los de dissabores desnecessários para suas idades e poupá-los de tristezas as quais não precisam ser envolvidos, eles não precisam ser isolados da realidade da vida, das coisas e das pessoas que não dão certo, mas sim aprender com elas o que podem ser a partir de suas escolhas.

Aprendi que posso me cansar do papel de vez em quando, que posso querer ficar só algumas vezes, sem culpa, ainda que paradoxalmente meus pensamentos estejam sempre, e até mais, com eles quando não estão por perto.

Aprendi apenas sendo mãe o significado do olhar triste ou cansado de minha mãe depois de um dia difícil e o impacto que ele tinha sobre mim, para não querer que meus filhos o sintam sem saber o quanto são sentimentos normais e com os quais eles não precisam se ressentir.

Aprendi também apenas sendo mãe, o impacto positivo do carinho que eu dava e recebia em troca de minha mãe para consolar este mesmo olhar, e o Sol que ele se tornava para nós duas para que eu o repita quantas vezes forem necessárias com os meus filhos.

Aprendi que por mais que tenha de ser rocha para eles, posso ser rio quando for preciso e me deixar escoar em seus braços tanto quanto eles podem e devem nos meus.

Aprendi que ser para ser uma melhor mãe para eles, eu só preciso ser a mulher de verdade com eles.

Para o melhor futuro, apenas o melhor da base

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Embora a motivação para escrever este texto tenha surgido dos meus filhos, foi no que vivi com meus pais que ele criou corpo. Sim, porque foi na ânsia de buscar respostas sobre o que devo ser e do que devo dar aos meus pequenos para que eles sejam crianças felizes e se tornem adultos independentes e saudáveis sob todos os pontos de vista, que encontrei muitas das respostas no que recebi dos meus pais. Afinal, foi graças a eles que o muito do pouco que tenho hoje foi possível e que um pouco mais posso dar aos meus filhos, ainda que seja muito menos do que eu gostaria de dar.

Convivendo com inúmeros exemplos de pessoas ao meu redor com muito mais posses e melhores condições de investir em atividades para o melhor desenvolvimento de seus filhos, por mais de uma vez me peguei questionando se não deveria me sacrificar mais, trabalhar mais, para ter mais e dar a eles muito mais: mais cursos, mais esportes, mais… E nesse questionamento quase sempre me volto ao passado de origem humilde dos meus pais, da minha escola pública, do dinheiro contado, da mesa magra, dos presentes magros, das roupas simples e o quanto a falta de melhor estrutura financeira interferiu na minha formação: nada.

Ah sim, se as condições fossem outras eu poderia ter estudado em melhores escolas, aprendido ainda cedo outras línguas, tido outras oportunidades de trabalho, #soquenão seria realizada se eles tivessem me privado dos melhores recursos para o meu desenvolvimento no momento mais essencial para a minha formação e que se constituíam “apenas” em amor, segurança, harmonia, respeito, atenção e, essencialmente, presença, boa presença.

Voltando para os questionamentos sobre os anseios e necessidades dos meus filhos e de todas as crianças do mundo, chego na conclusão de que o melhor investimento que podemos oferecer para elas e que é o principal responsável pelos rumos que elas podem dar aos seus próprios caminhos, é a melhor base moral e emocional.  Base esta que não se delega às babas, aos professores, não se transfere ao ensino de outras línguas ou à prática de qualquer esporte. Mais do que pedir brinquedos e passeios, nossos filhos claramente nos pedem amor. E revelam-se mais felizes pelo intangível do que pelo palpável, a não ser que este palpável seja um abraço, um beijo, um carinho pessoal, e não algo apenas material – que assim como a droga, logo tem seu efeito esvaziado.

Assim, antes de visualizarmos o sucesso de nossas crianças com base apenas no que podem vir a ter em forma de profissões bem sucedidas e bens acumulados na vida adulta, devemos pensa-las como adultos verdadeiramente plenos.

Este é o melhor legado, a melhor herança a dar para elas e que lhes darão a melhor base para o sucesso na “carreira” que mais importa, a carreira da vida.

Amor, sociedade ilimitada

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Na tentativa de traduzir o amor, muitas palavras já foram usadas, mas acredito que a que melhor completa o significado para este sentimento tão complexo é “associar-se”, pelo seu sentido de reunião, de soma, de comunhão de interesses, nos seus aspectos mais amplos.

Embora não exista fórmula para o amor perfeito, tenho a teoria de que os relacionamentos duradouros são os que se constituem sob uma composição societária. Porque é isso que um relacionamento amoroso se fundamenta, embora muita gente não o veja desta forma nada romântica.

O fato é que vivemos juntos de quem amamos numa base de divisão de tarefas, investimentos e rendimentos, cada qual com seu perfil de atuação e dedicação. Em uma área ou segmento da convivência há sempre o que lidera e o que opera, sendo ambos essenciais para o conjunto, a harmonia dos resultados, para o lucro do relacionamento.

Por isso, para uma “sociedade amorosa” dar certo, também é preciso inspiração, comprometimento, motivação, reconhecimento, todos os dias, entendendo que haverá dias em que uma parte ou outra estará mais ou menos inspirada para a sua tarefa.

O currículo para entrar nesta sociedade? Bagagens familiares, experiências em relacionamentos anteriores, nas sociedades vizinhas, e onde as desilusões alheias ou do passado não devem criar dividendos de rancor e comparações, mas sim ser a base para a construção de novos valores, para o aperfeiçoamento de novos processos, novos investimentos.

Também deve-se ter claro que não são os grandes projetos ou acidentes de percalços os maiores desafios para a longevidade desta sociedade, mas a rotina, o cotidiano cheio de marras, de coisas pequenas, de mesquinharias… mas também de acolhimentos, de admiração mútua, de gestos de carinho, de parceria, de amenidades.

A única diferença de uma sociedade profissional para uma sociedade amorosa é que na maioria das vezes não escolhemos a quem amar como escolhemos a quem nos associar profissionalmente. Mas é pela vontade mútua e pelos lucros sem valor financeiro, que na amorosa decidimos continuar.

Ao meu amor maior

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Existem pessoas que marcam a nossa existência de tal forma, que mesmo em sua ausência física, sentimos sua constante presença.

Pessoas cheias de qualidades e também de defeitos próprios da natureza humana e do mundo de expiação a que estamos sujeitos em nossa passagem terrena… mas, acima de tudo, pessoas que emocionam, encantam e enobrecem o mundo ao seu redor pela profusão do seu amor.

E que mesmo amando em excesso, conseguem deixar livres – apesar do coração apertado – aos que amam.

Pessoas que deixam como o maior legado para os seus descendentes, a mais valiosa e rica herança que se pode deixar… o exemplo da força, da coragem, da luta, do respeito ao próximo, da bondade, da ética e, de novo, de um imenso amor.

Estas pessoas, ao partirem, partem também nossos corações, mas deixam a certeza de que Deus existe e que sua passagem de luz deixará acesa a esperança de um dia nos reencontrarmos.

Ao meu amor maior: minha mãe querida.